Big Brother

Durante muito tempo eu não conseguia entender como as pessoas gostavam do Big Brother, mas bastou eu começar a assistir para ficar ligada em tudo o que acontece, pensei até em assinar o canal da TV a cabo para ver o programa 24 horas por dia. Ainda bem que eu não fiz essa besteira, porque nos 3 dias em que o canal ficou aberto, não fiz outra coisa senão “espiar”.

Logo percebi como é interessante ver que todas as pessoas após algum tempo de confinamento, longe da família e do mundo fora da casa vão mudando e agindo como todas as outras em idêntica situação. Se eu tivesse estudado para ser psicóloga – como era minha intenção na juventude – eu com certeza faria todo um estudo sobre esse tema.

Também é fácil prever que em poucas semanas as pessoas criam laços profundos de afeto com as pessoas que estão lá dentro, pessoas que se conhecessem em outra situação não seriam sequer consideradas para uma amizade ou “algo mais”. Imagino que a carência afetiva, social e sexual seja extrema lá dentro, fazendo com que todos deixem um pouco de lado seus traços individuais para assumir um pouco da identidade coletiva. Num grupo barraqueiro, em breve veremos todos batendo boca; num grupo descolado, em poucas semanas estão todos assumindo uma postura mais descontraída, e por aí vai.

Eu sempre critiquei o Big Brother, mas como o próprio Pedro Bial disse: o programa é assistido por quem o ama e também por quem o odeia. E eu não sou daqueles que assistem só pra criticar, assisto porque estou achando interessante mesmo.

Ah, se eu fosse psicóloga…